domingo, 24 de abril de 2011

Bichinho

Como estou utilizando internet 3G super lenta, só deu pra usar as fotos que eu já havia colocado no facebook há alguns dias. Vou dar uma atualizada nesse post quando eu voltar a ter internet de verdade. Também trabalharemos para conseguir um vídeo da performance para postar.

(Local da performance)


sábado, 16 de abril de 2011

Panoramas

Transição abstrato/concreto - Versão 1


Transição abstrato/concreto - Versão 2


too. much. information.

segunda-feira, 11 de abril de 2011

Panorama - Bichinho

segunda-feira, 28 de março de 2011

Pampulha

A visita à Pampulha foi bastante produtiva no sentido de provocar o citado 'estranhamento' proposto pelo primeiro módulo do Atelier, com a exemplificação das noções a quais fomos introduzidos por Hertzberger, tanto no nível dos conceitos quanto em suas materializações. Tomou o foco a onipresente relação Público/Privado, com uma aprofundação de suas relações mais evidenciada no Museu de Arte, antigo cassino do qual é interessante citar a seguinte descrição presente na página do Conjunto Arquitetônico da Pampulha na Enciclopédia Itaú Cultural (Link):

 "O centro do projeto, de acordo com a encomenda, deveria ser o cassino. Não é por acaso que ele é o primeiro edifício a ser construído. Do alto de uma península, o prédio do cassino é concebido a partir da alternância de volumes planos e curvos, de jogos de luz e sombra. O bloco posterior em semicírculo estabelece um contraponto em relação à ortogonalidade do salão de jogos. O rigor das retas é quebrado pela parede curva do térreo e pela marquise irregular. O sentido vertical em que estão dispostos os caixilhos, por sua vez, opõe se à horizontalidade da construção. As superfícies envidraçadas e as finas colunas que sustentam a marquise são outros elementos que dotam de leveza o conjunto. O uso do vidro - também na escadaria envidraçada que liga o restaurante ao terraço - é mobilizado em função da luz e da comunicação entre interior e exterior."

É evidente a ausência de um padrão ou linearidade, o que proporciona uma experiência longe da monotoneidade ao examinar os detalhes dessa construção, da qual as "cortinas" de vidro são um aspecto interessante ao se discutir os supostos limites de acesso ao público geral, tanto na função de cassino quanto na de museu. Os pilares também se mostram imponentes no que seria uma extensão do espaço do segundo pavimento e da fila de pilastras, inicialmente apresentadas em mesmo nível, para além do espaço pavimentado, terminando já no declive do relevo e sobre a grama.

Já na Casa do Baile, percebemos um maior nível de abstração e liberdade representados pela abundância das curvas, características de Niemeyer, supostamente para acompanhar a margem da lagoa. Inclusive, não me recordo de ter visto nenhuma forma de caráter mais poligonal nessa construção.

Nessa planta bastante excepcional, me impressiona o formato peculiar do local, com um caráter futurista e, ao mesmo tempo, simples em sua materialização. Foi uma pena que não pudemos entrar nessa área para observar outros elementos, mas dar voltas no local nos deu uma ideia de sua funcionalidade e riqueza arquitetônica e paisagística, que deve ter proporcionado bons momentos de lazer à elite populacional a qual tal construção foi destinada. E, de qualquer jeito, hoje permanece como um grande marco da produção arquitetônica da época, da qual o complexo é mantido como referência internacional até os dias atuais no âmbio da arquitetura moderna.

domingo, 27 de março de 2011

Flash Mob

A tradução livre para o termo seria algo como “multidão instantânea”. Mas, o que é? Bom, um monte de gente combina se encontrar em um lugar público e fazer uma coisa, normalmente bizarra, engraçada e sem sentido aparente. O primeiro Flash Mob que se tem notícia aconteceu em 2003, cerca de 100 pessoas entraram repentinamente em uma loja em Manhattan e ficaram em volta de um tapete específico. Outra manifestação dessas aconteceu na Central Station, importante estação ferroviária de NY. Uma multidão se aglomerou, aplaudiram por 15 segundos e repentinamente sumiram tão rapidamente quanto entraram. Loucura social? Insanidade coletiva? Certamente deve ter pisicólogo, antropólogos, ufólogo ou qualquér “ólogo” estudando o fenômeno.

Flash Mob não é uma manifestação comum, como uma passeata, piquete, etc. Em geral são organizados pela internet, com pessoas que nunca se viram pessoalmente ou mesmo que tenham se falado online, com a intenção de fazer uma coisa surreal, insólita e divertida. Esse tipo de manifestação já foi usada como forma de protesto, mas é raro. Hoje em dia, várias empresas investem na mobilização de pessoas pra realizar flash mobs no intuito de promover seus produtos ou lançar grandes campanhas de marketing em volta disso. Um exemplo é a dança coletiva realizada na Liverpool Street Station mostrada no video abaixo, organizada pela empresa T-mobile e que depois se converteu em um anúncio de televisão que promovia a felicidade e bem comum no dia-a-dia em nome da empresa. Isso nos leva a pensar até que ponto uma criação de intuito espontâneo e sem grande necessidade de ser algo bem elaborado pode ser explorado na realidade atual, em que o termo "viral" demonstra-se associado diariamente às novas mídias virtuais, as mesmas que promovem as atividades de flash mob.


Flâneur

O Flâneur é ser que observa o mundo que o cerca de maneira real e descritiva, levando a vida para cada lugar que vê. O flâneur descrever as cidades, as ruas, os becos, o externo. Desvincula-se do particular, recrimina o privado, de forma a ver a rua como lar, refúgio e abrigo. Este sentimento flaneuriano reflete a necessidade de segurança do indivíduo, a necessidade de identificação dele para com a sociedade. A rua é seu lar, seu mundo. Ali nada é estranho ou prejudicial. Na rua se sente confortável e protegido. O flâneur do século XIX representou a angústia da Revolução Industrial.
Mesmo que não habitante constante da rua, o indivíduo flâneur utiliza sua janela (caminho livre para o externo) para fazer sua observação e seu retrato. O flâneur é um fotógrafo. Porém além de imagens, ele registra idéias, sentimentos e atitudes. Descreve tudo com perfeição e carinho. Ama o mundo exterior e dele faz seu ideal profissional e emocional.

No Brasil também temos representantes desta categoria. João do Rio (1881-1921), andarilho urbano com forte senso de observação, é um flâneur, em A alma encantadora das ruas, que relembra o Rio de Janeiro de 1905, onde o prefeito Pereira Passos  e o sanitarista Oswaldo Cruz levavam o projeto Paris Tropical, dando uma nova feição à cidade.


"Flanar é ser vagabundo e refletir, é ser basbaque e comentar, ter o vírus da observação ligado ao da vadiagem. Flanar é ir por aí, de manhã, de dia, à noite, meter-se nas rodas da população (...). É vagabundagem? Talvez. Flanar é a distinção de perambular com inteligência. Nada como o inútil para ser artístico. Daí o desocupado flâneur ter sempre na mente dez mil coisas necessárias, imprescindíveis, que podem ficar eternamente adiadas."

Mas a flanagem carioca não se resume a João do Rio, podemos considerar o Poetinha Vagabundo  Vinícius de Moraes um flâneur. Em seus versos, como observador, nasceu Garota de Ipanema. Vinícius exalta a beleza da mulher carioca que passa por ele na praia de Ipanema. Nestes versos há grandes semelhanças com o poema anteriormente citado de Baudelaire (A Uma Passante).

Olha que coisa mais linda,
Mais cheia de graça.
É ela menina que vem,
E que passa.
Num doce balanço,
a caminho do mar.
Moça do corpo dourado,
Do sol de  Ipanema.

O seu balançado,
É mais que um poema.
É a coisa mais linda,
Que eu já vi passar (...)

A cidade pós-moderna como núcleo urbano já não se configura como fetiche recorrente para o cosmopolita contemporâneo, não é mais lugar do choque, que inspirava o flâneur. Walter Benjamin acreditava no desaparecimento do poeta flâneur com as transformações das grandes cidades. Mas, assim como Hessel, nós não acreditamos na queda do flâneur. Hoje, o espaço para ser visto fragmentou-se em bares, restaurantes, lojas não do centro de uma metrópole em particular, mas no mundo inteiro. Mais além, é mais relevante ser visto através das telas, da televisão, do cinema e, principalmente, do computador. As imagens são mais valiosas para o cosmopolita pós-moderno que a realidade.
Atualmente, andar na cidade ou clicar numa home page transformaram-se em formas de flanar, o indivíduo-observador segue: passeando pelo mundo afora na cidade que não tem mais fim. (LIMA,1994)
(Fonte: http://www.webartigos.com/articles/1285/1/Trilhando-Dialogos-Com-Baudelaire/pagina1.html#ixzz1Hr9vMe3v)

Parkour

Parkour ou Le Parkour, deriva do nome percurso, visto que tem como finalidade traçar percursos alternativos, ou seja, deslocar-se entre dois pontos pelo trajeto mais curto e não pelo mais accessível e previamente estabelecido pelo conceito de movimento imposto pela sociedade.

Passando a explicar: entre dois pontos situados em uma região urbana existem variadas barreiras arquitetônicas. Tomemos, por exemplo, uma escadaria que nos conceitos comuns é o método "correto" para alcançar uma superfície mais elevada. Mas não seria mais rápido subir diretamente a parede, apesar de não ser o método "adequado"? É neste termo que se baseia o parkour, no método mais rápido, e sim por vezes mais difícil, de alcançar o nosso destino.


Apesar das dificuldades inerentes a este método de movimentação, é inquestionável que com o treino adequado e uma preparação física a condizer, o parkour é um método de deslocação mais eficiente que o método imposto pelas barreiras arquitetónicas.
Isto nos leva à vertente desportiva do parkour - o parkour não pode de modo nenhum ser encarado com leveza, ou pressuposto como método convencional de deslocação, isto por várias razões. Com a transposição do obstáculo em vista, o traceur (praticante de parkour), tem a necessidade de utilizar várias técnicas que exigem preparação prévia e rigoroso esforço físico.
O parkour também não pode ser encarado como se fosse ausente de riscos, pois estes existem, e são bem reais e penosos para quem não está preparado, e muitas vezes também para quem está.

No fundo o parkour é encarado tanto como arte, desporto, ou filosofia de vida, sendo não só uma forma de movimentação, mas também uma maneira de encarar os desafios do cotidiano, visto que o parkour nos ensina a pensar rápido, e a vencer obstáculos.
(fonte: http://pt.wikibooks.org/wiki/Parkour/O_que_%C3%A9_Parkour%3F)

Deriva


Entre os diversos procedimentos situacionistas, a deriva se apresenta como uma técnica ininterrupta através de diversos ambientes. O conceito de deriva está ligado indissoluvelmente ao reconhecimento de efeitos da natureza psicogeográfica, e à afirmação de um comportamento lúdico-construtivo, o que se opõe em todos os aspectos às noções clássicas de viagem e passeio.

Uma ou várias pessoas que se lançam à deriva renunciam, durante um tempo mais ou menos longo, os motivos para deslocar-se ou atuar normalmente em suas relações, trabalhos e entretenimentos próprios de si, para deixar-se levar pelas solicitações do terreno e os encontros que a ele corresponde. A parte aleatória é menos determinante do que se crê: no ponto de vista da deriva, existe um relevo psicogeográfico nas cidades, com correntes constantes, pontos fixos e multidões que fazem de difícil acesso à saída de certas zonas. Mas a deriva, em seu caráter unitário, compreende o deixar levar-se em sua contradição necessária: o domínio das variáveis psicogeográficas pelo conhecimento e o cálculo de suas possibilidades.

Estando a teoria da deriva inserida no contexto do situacionismo, acho importante expor também o conceito de Labirinto, sua interrelação com a deriva e um exemplo de sua realização concreta.

O Labirinto era utiizado como referência idológica pela concepção dinâmica do seu espaço, oposto à perspectiva estática das linhas ortogonais. Além disso, também associado a uma estrutura de organização mental e um possível método de criação baseado no vagar, vagabundear, nos trajetos e caminhos com saídas luminosas e reclusões trágicas, um tipo de mobilidade generalizada.
A Internacional Situacionista propõe o abandono do modo euclidiano de figuração do espaço, dizem não aos pontos fixos de orientação para as visadas que segundo eles reduzia a distância psíquica entre o objeto e o sujeito. Não admitiam mais o "fazer soberano". 

Devemos explorar o espaço urbano e percebê-lo como ele é: uma aglomeração caótica, um labirinto de ambientes, interrogá-lo sobre suas distâncias, seus pólos de atração. A prática da deriva (1958) propunha uma experiência a seu próprio modo, lúdica e experimental. "Ela leva a estabelecer o levantamento das articulações psicogeográficas de uma cidade moderna, suas diferentes unidades de ambiente e habitação". A deriva urbana é um comportamento tipicamente labirintiano, segundo Debord, uma experiência de abandono da atividade produto-consumista para se deixar levar pela desorientação da cidade, seu fruir; um trajeto dirigido pela indeterminação e pelo azar, um jogo de itinerários dispares. O desenho da cidade deveria surgir a partir do seu conhecimento. São teorias vindas a partir da apropriação do espaço, baseado em referências construídas e percebidas que chamam a atenção individual: "se deixar despertar pela cidade, vagar por ela, perdendo-se tempo deliberadamente durante dias inteiros".

Uma experiência real do "labirinto" foi feita em 3 dias de deriva sistemática, liderada por 3 times situacionistas no coração da aglomeração urbana de Amsterdã. O labirinto deveria consistir em um caminho que poderia, em teoria, estar em qualquer lugar entre 200m e 3km. Sua disposição não deveria apontar a apenas algum tipo de decoração interior, nem numa reprodução redutiva da ambientação urbana; ao invés disso, deveria tender a constituir uma atmosfera nova e híbrida combinando elementos interiores e exteriores; passagens através de áreas de diferentes luminosidades, efeitos sonoros e outros tipos de estímulos conceituais, sempre promovendo a possibilidade de se ficar perdido.






"O lugar labiríntico reside em ser desenhado, só existe enquanto trajeto, travessia. Não se consegue saber se estamos entrando ou saindo, nem reconhecer seus limites e suas fronteiras".

Uma exibição foi montada no Stedelijk Museum em Amsterdã. Foram convertidas as salas 36 e 37 do museu em um enorme labirinto interior onde haveria uma representação artificial da chuva, dos ventos, da névoa, um conjunto de ambientes acústicos previamente regravados e um túnel criado pela pintura industrial de Pinot Gallizio. Um marco de micro-deriva.

Valorizavam a celebração de uma condição humana na qual os espaços públicos deixam de ser cenários privilegiados do poder para se converter em uma flutuação aleatória de itinerários múltiplos e difusos, determinados pela lógica da mobilidade. Ideia esta que se fundamenta numa experimentação radical dos lugares da cidade ou mesmo no desenho de uma arquitetura nova. 
(fonte: http://www.territorios.org/teoria/H_C_situacionista.html)

quarta-feira, 16 de março de 2011

Retrato - Stéphane


No primeiro contato com Stéphane, recebi um sorriso escancarado e me deparei com sua alta sociabilidade. Já ao conversarmos, descobri que quase todo o seu lazer é relacionado à internet, e não pude deixar de trabalhar seu retrato por meio de contrastes. Tem o verde como uma de suas cores favoritas. Verde da natureza, como ele mesmo explicou. O retrato acabou quase que como um delírio, no qual o mundo de Stéphane encontra-se concentrado virtualmente, no uso regular de redes sociais e meios de bate-papo. Tal mundo choca-se com a realidade ao seu redor, representada em tons monocromáticos e altamente desfocada. Mas o foco também não se encontra no meio virtual. Seu sorriso é o contraste ao resto da imagem, é sua projeção aqui fora. Evidencia-se uma característica bastante peculiar da internet: a de podermos passar a imagem que bem entendermos ao resto do mundo, as possibilidades são infinitas. Assim, vemos a imagem espelhada e irregular de Stéphane a sua frente, paralela à tela do computador.
Enquanto isso, um pequeno pedaço de verde real paira na janela, dando a falsa impressão do real tamanho do que pode ser experienciado fora desta sala.